As tecnologias que nos aproximam de um qualquer Outro para partilha de saberes, interesses e necessidades, também nos podem afastar, quer pela disseminação do discurso de exclusão quer porque a circulação de informação sem garantias de verdade e a crescente digitalização da realidade trazem ameaças à democracia, à segurança e à perceção da realidade. Estes aspetos, bem como a crescente polarização bélica e os conflitos armados que facilmente podem escalar a nível mundial, exigem a nossa reconfiguração enquanto docentes e arrastam desafios éticos, políticos, epistemológicos e ontológicos para dentro da sala de aula da disciplina de Filosofia.
 

Tal como a outros profissionais, também se deve exigir ao professor que ele use o conhecimento produzido na sua área, a educação, para enformar criticamente a sua ação. A ser assim, talvez o pensamento filosófico no ensino secundário se possa configurar, pelo trabalho dos professores com os seus alunos, numa forma diferente de pensar e de agir e de transformar o mundo.