COMUNICAÇÕES APF
Textos sobre diversas temáticas que facilitam os trabalho e pensamento filosófico, ligados à filosofia e outras ciências educacionais.
Pensar a natureza a partir da Estética
por Adriana Veríssimo Serrão
A estética da natureza é praticada sobretudo por pensadores alemães e radica na grande tradição da filosofia iluminista e romântica, com a consciência porém de que a natureza não é mais uma realidade primeira, uma vez que sofre a acção continuada de factores que contribuem repetidamente para a sua alteração profunda, e intervêm num processo, pelo menos parcial, de extinção.
Terrorismo e Liberdade (A Sociedade Insegura)
por Adriano Duarte Rodrigues
Os EUA, quer porque foram os atingidos pelo inesperado ataque de um poder atípico, a Al Kaeda,sem território, sem povo, sem conceito estratégico assumido, mas capaz de ferir o sistema de segurança e defesa da maior potência mundial, quer porque o facto obrigou a rever toda a conceptuologia da acreditada supremacia estratégica, da garantia oferecida pelo conceito deguerra cirúrgica apoiada numa tecnologia sem precedente, procederam a uma rapidíssima avaliação dos paradigmas em vigor, e influenciaram inevitavelmente o pensamento dos países que se assumiram mais visados por esta inesperada forma de ataque – o terrorismo.
As antinomias da Globalização (A Sociedade Insegura)
por Adriano Duarte Rodrigues
As formas de sociabilidade totais, que subsistem no quadro da experiência tradicional, têm a sua expressão no mundo da experiência vivida e a sua validade está confinada pelas fronteiras do território comum, dentro das quais podem ser identificadas por todos as marcas de uma mesma história comum. A sua característica fundamental reside no facto de serem reguladas por um tipo tradicional de racionalidade.
Ética, política e sociedade
por Alexandre Franco de Sá
A estética da natureza é praticada sobretudo por pensadores alemães e radica na grande tradição da filosofia iluminista e romântica, com a consciência porém de que a natureza não é mais uma realidade primeira, uma vez que sofre a acção continuada de factores que contribuem repetidamente para a sua alteração profunda, e intervêm num processo, pelo menos parcial, de extinção.
Avaliação: como avaliar o aprender e o aprender?
por António Paulo Costa
O terreno da avaliação é um terreno conceptualmente profuso e difuso onde se acomoda facilmente a desorientação. De facto, quer a bibliografia académica quer a legislação sobre a avaliação confronta-nos com termos como “conhecimentos”, “conteúdos”, “competências”, “capacidades”, “aquisições”, “destrezas”, “habilidades”, “atitudes”, “comportamentos”, etc., sem que sejam imediatamente claras as fronteiras…
Filosofia e ensino da Filosofia
por Alexandre Franco de Sá
O elemento que de forma mais original caracteriza hoje o ensino da filosofia em Portugal consiste na posição que ela ocupa, como disciplina, no currículo dos cursos científico-humanísticos do ensino secundário português. Ao contrário do que se passa em muitos países ocidentais, em cuja estrutura curricular não se encontra sequer uma disciplina intitulada especificamente “filosofia”, e onde “questões” filosóficas…
A Filosofia na Era da (Primeira) Globalização
por António Pedro Mesquita
Naturalmente, devemos fazer a justiça de acreditar que o que se abrange nesta noção não é o Homem ou a Humanidade, de tal modo que a contra-senso se diria que “os homens” surgiram comos gregos ou que os gregos são os “primeiros homens”. Mas talvez que em “género humano” ressoe ainda a noção dinâmica de uma geração dos homens, de tal modo que o que estaria em causa seria a consideração de que os gregos…
A cidadania como cultivo
por José Barata Moura
Na verdade, a temática da «cidadania» desenha uma como pantalha onde se projectam com maior ou menor rigor no reflexo – muito em particular, desde a modernidade – as figuras políticas historicamente determinadas da con-vivência (real ou idealizada) das comunidades humanas. Ainda nos dias de hoje, a «cidadania» pode ser por alguns sectores brandida como o expedito estandarte para a incorporação…
O interesse da Ética
por Manuel J. do Carmo Ferreira
A recorrente invocação da Ética nos debates actuais na esfera pública pode aparecer como um último recurso para estabelecer uma derradeira instância de justificação de atitudes e de aferição de razões de admissibilidade de condutas, no contexto de uma experiência difusa de desintegração, de uma fragilização extrema dos argumentos, de uma vulnerabilidade essencial das convicções.
Novos desafios ético-políticos do espaço público mediatizado
por Carlos João Correia
A diferenciação cultural – traço mais vincado desta mudança estrutural – está ligada a fenómenos extraordinariamente diversos como sejam as pressões do mercado com vista à emergência de novos segmentos de consumidores, aos fluxos migratórios europeus, às alterações de costumes e do estatuto da mulher, ao aumento da mobilidade, à relativização dos Estados-Nação, à enfatização das diferenças…
Ética, Sofrimento e Vida
por Daniel Serrão
Deste novo paradigma morfológico nasceu um novo paradigma funcional: as actividades cerebrais não resultam da acção directa de uma célula ou grupo de células mas sim da rede que entre si todas as células nervosas constituem. Esta nova concepção e o aparecimento de equipamentos, – para além do velho electro-encefalograma que já foi um progresso – de equipamentos que permitiram conhecer, e ver…
Pela Literatura não cheguei à Filosofia
por Eduarda Dionísio
Antes de começar, julgo que devo dizer qual é o meu «estatuto»: simples «consumidora» (irregular) e (ex-) produtora de literatura (vulgo, «leitora» e «escritora») – o que, no meu caso, incluiu «tarefas» de «analista» (fiz «crítica literária» uns tempos) e «docente» (dei aulas de português no ensino secundário mais de 30 anos e organizei com outros «livros escolares» com textos literários dentro).
Do sentido do mundo sem Deus
por Eduardo Chitas
Para mim, sentido do mundo significa pelo menos três conjuntos de coisas interdependentes (a tríade é irrelevante; a ordem que se segue, mais cíclica do que linear, não é arbitrária) experiência humana, categoria de totalidade, cultura mundial. Isto quer dizer, respectivamente, assimilação tendencialmente universal de experiência humana (do género aos indivíduos, dos indivíduos ao género), a partir da base…
O paradigma pendular na teoria política de Espinosa
por Evelyne Guillemeau
Semelhantes às marés e aos terramotos, os factos políticos, como todos os fenómenos naturais, possuem uma explicação racional. Tal é a origem da ciência política clássica que se inscreve numa epistemologia dominada pela física. Podemo-nos interrogar sobre o valor dos paradigmas mecanicistas nas teorias políticas fundadas sobre uma antropologia naturalista, tais como as de Hobbes ou as de Espinosa…
Guerra e justiça
por Fátima Costa
A associação entre os conceitos de «guerra» e de «justiça» ressoa, aos ouvidos dos menos familiarizados com a problemática da guerra justa, quase sempre como um arrazoado militarista, como um exercício intelectual de legitimação e de glorificação da guerra. Embora esse entendimento esteja errado, a verdade é que o ónus da prova recai essencialmente sobre aqueles que defendem que a guerra…
Philosophie et éducation à la citoyenneté
por François Galichet
La rupture avec la société grecque ancienne, hiérarchisée, et le passage à un idéal d’égalité et de symétrie (isonomia) conduit à une laïcisation de l’espace politique. L’espace horizontal de l’agora, où se rencontrent les citoyens de toutes les tribus ou Dèmes,«s’oppose à l’espace vertical, religieusement qualifié, de l’acropole. L’ouverture de cet espace va de pair avec l’instauration du débat contradictoire…
Deus na literatura, o nome e as formas
por José Augusto Mourão
O combate da cultura contemporânea trava-se, a meu ver, em duas frentes que estão a convergir: o niilismo e a técnica (Ballard é a figura de culto da tecnocultura hoje, como Nietzsche foi a figura de culto do niilismo ontem e Blanchot é ainda a figura do niilismo hoje). O mundo é dominado pelo sexo, pela tecnociência e por niilismos de todas as cores. É sob esse prisma que Baudrillard encara o terrorismo, no seu livro Simulacres et Simulation…
Memoria y Esperanza
por Joan-Carles Mèlich
“No hay permanencia en parte alguna,” escribe el poeta Rainer Maria Rilke. El mundo humano, para bien o para mal, es un mundo interpretado y, por tanto, un mundo sin asideros fijos a los que poder agarrarse, un universo sin puntos de apoyo definitivos. El mundo humano es un mundo sin seguridad ontológica. Vivir en un mundo interpretado supone habitar en la incertidumbre, en un mundo en el que las verdades definitivas…
Modernité, histoire et sécularisation
por Jean-Claude Monod
Mais la façon dont le terme de sécularisation a été employé, depuis le XIXe siècle, dans les champs sociologiques, philosophiques, historiques ou théologiques, renvoie à deux sens (parfois confusément) distincts, qui engagent deux hypothèses interprétatives sur la modernité. premier usage typique entend par «sécularisation» un mouvement historique et une tâche qui serait la tâche même, la tâche historique…
Identidade(s), Multiculturalismo e Globalização
por João Maria André
Começo este conjunto de reflexões sobre “Identidade(s) e multiculturalismo”1 colocando-me sob a inspiração de um dos autores que nos tem oferecido um dos melhores exemplos de mestiçagem literária na ficção escrita em língua portuguesa. Faço-o não apenas pela beleza do texto escolhido, mas, sobretudo, pelo seu significado filosófico e antropológico. Refiro-me ao escritor moçambicano Mia Couto…
A Construção de Argumentos a Partir de Bandas Desenhadas
por João Carlos Matos Lopes
Apesar da história centenária da banda desenhada, o programa de filosofia nunca a refere, de forma explícita, como recurso didáctico. São feitas referências a spots publicitários, excertos de intervenções políticas, fragmentos fílmicos (p.18), mas nada de BD. Deixa todavia uma porta aberta do tamanho de um etc. na 3ª parte, Desenvolvimento do Programa (p. 26 – ss.), quando apresenta, por várias vezes…
O ensino da Filosofia entre os exames e os manuais
por Luísa Nogueira
Antes de mais quero assinalar dois pressupostos desta comunicação: o primeiro, concordo com a existência de provas de aferição nacionais na disciplina de Filosofia; e segundo, considero que, da existência de exames, advêm riscos para o ensino da Filosofia e para o trabalho filosófico na sala de aula. Quanto ao primeiro pressuposto, acompanho José Pacheco quando diz que «ao nível dos discursos dos professores…
O retorno do teológico-político
por Marilena Chaui
Se, ao examinar as concessões públicas de telecomunicação, não mencionarmos as estações radiofônicas, constataremos que, entre televisões estatais, comerciais, gratuitas e a cabo, operam hoje, no Brasil, por volta de uns oitenta canais. Destes, uma boa dezena é religiosa. Nos meados dos anos 1980, a presença avassaladora do protestantismo evangélico nas grandes cidades brasileiras suscitou…
Aristutalis al faylasufs
por Mário Santiago de Carvalho
Gostaria de começar esta despretensiosa narrativa um bocadinho antes do próprio nascimento do Islão, precisamente em 529 ano em que os cristãos encerram a Academia de Platão. Como resultante deste funesto acontecimento na história da filosofia os filósofos pagãos, mormente platónicos, iniciaram um profícuo êxodo para o Oriente. Será graças a este primeiro movimento geográfico para leste…
Filosofia e Globalização
por Mário Perniola
No momento em que este papel universal é assumido pelo inglês, os três séculos de filosofias nacionais parecem um parêntesis destinado a fechar-se em breve. Contudo, este retorno a uma língua comum desperta muitíssimas dúvidas e importantes interrogações. A condição de uma abordagem metodológica não ingénua à filosofia passa pelo estudo da palavra singular e da comparação do modo como é traduzida…
Nostalgia e imaginação: dois factores dinâmicos
por Rui Bebiano
O historiador olha de frente para o passado, integra-o em nexos explicativos, procurando conferir algum sentido aos diferentes tempos do mundo em que vive. Reflecte sobre um real vivido que se desdobra constantemente, uma vez que tudo o que ocorre se transforma rapidamente em ocorrido. Este movimento de vaivém entre o passado e o presente é particularmente estimulante num tempo…
ENSI(G)NAR Filosofia?
por Rui Grácio e Sousa Dias
A presente oficina didáctica tem por tema, como sabem: CONCEPTUALIZAR. Ela é suposta articular-se em relações transversais de complementaridade com as restantes oficinas temáticas, sobre PROBLEMATIZAR e sobre ARGUMENTAR, deste Encontro. Com efeito, o conjunto das oficinas pretende cobrir os três traços formais gerais que, segundo o actual conceito escolar da filosofia, definiriam a prática filosófica…
Daniel Dennett: a filosofia da meNte como inquérito impuro
por Sofia Miguens
Para a filosofia da mente, o pensamento (e entendo aqui por ‘pensamento’ fenómenos de consciência, intencionalidade, identidade pessoal, acção voluntária, etc) é um fenómeno natural. Ora se o mental é uma parte da natureza, o fisicalismo aparece como uma posição incontornável. O fisicalismo em filosofia da mente é, basicamente a tese segundo a qual não pode haver propriedades mentais na ausência de propriedades…
Aristóteles e o seu tempo
por Tomás Calvo-Martínezo
Cuales son las contribuciones filosoficas fundamentales del pensamiento de Aristoteles? Bien. Para contestar a esta pregunta hay que comenzar enfatizando que Aristoteles es, cuando menos, el inventor o creador de dos ciencias: la logica y la biologia. Aristoteles es el creador de la logica, entendiendo por logica el estudio sistemático del razonamiento. En el capitulo final de las Refutaciones sofísticas, Aristoteles enfatiza…
Programa de 10.º Ano: um itinerário possível
por Teresa Ximenez
A disciplina de Filosofiareconquistou, com a nova reorganização curricular, o seu “nome”, deixou de ser Introdução à Filosofia, para ser novamente, Filosofia. Não parece ser este um facto muito significativo, no entanto revela uma determinada opção face ao que deverá ser uma disciplina da Formação Geral do currículo dos alunos do Ensino Secundário. Questionaremos, assim, que tipo de conteúdos…
Sociedad de la Información y Ciudadanía
por Vitoria Camps
Hemos convenido en llamar a la sociedad actual “sociedad de la información” debido al extraordinario desarrollo de las nuevas tecnologias de la comunicación: teléfono, radio, televisión, internet. Característica de tal sociedad –ha dicho el teórico internacionalmente conocido Manuel Castells – es que “el instrumento fundamental no es el mercado sino la red”. Los sistemas de la época industrial han sido sustituídos por otros…
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