Boletim n.º 22, 2019
O Perfil dos alunos à saída da escolaridade obrigatória veio realçar a importância do ensino da Filosofia no ensino secundário. Por um lado, o rigor que se exige na comunicação e resolução de problemas e, por outro, o pensamento crítico são competências que se devem desenvolver na aula de Filosofia. Sem perder a especificidade própria do labor filosófico, nem deixar de ter como horizonte fundamental os problemas e as teorias filosóficas, numa aula de Filosofia o aluno deve aprender a comunicar com rigor, usando com propriedade os conceitos filosóficos, deve aprender a refletir, de modo fundamentado, sobre o mundo que o rodeia (consolidando, em simultâneo uma forte consciência ética e política) e aprender a apresentar à discussão propostas capazes, de modo inovador e, eventualmente, criativo, de resolver problemas. O conceito-chave aqui é “aprender”, ou seja, na aula têm de ser criadas as condições para que o aluno se possa envolver ativamente, possa aplicar e refletir sobre o que sabe dos problemas e teorias filosóficas, possa criticar e criar a partir dessas teorias. Sendo a Filosofia constituída por muitas áreas de reflexão, muitas delas com ligações diretas às várias áreas do currículo, a Filosofia pode (deve) tornar-se uma disciplina de charneira nas atividades de integração curricular que se venham a desenvolver na Escola. O pensamento filosófico deve ser capaz de dar aos alunos a fundamentação a partir da qual são pensados e, possivelmente compreendidos, os demais problemas e temas discutidos nas outras disciplinas.
Este é um trabalho profundamente exigente para o professor e para o aluno. Para este porque, como diria Kant, não vem aprender filosofia, mas a filosofar. Para o professor, porque criar estas condições de aula, em contextos muitas vezes adversos pelo número de alunos por turma e por professor, pela heterogeneidade das turmas, pela instabilidade dos professores contratados (entre muitos outros fatores), exige profundo e atualizado conhecimento filosófico e pedagógico.
Ciente destes desafios, a Apf considerou fundamental dedicar o 34.º Encontro, a realizar em fevereiro de 2020 na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, ao tema “Filosofia e Educação”, ao mesmo tempo que continua a promover formação acreditada, quer com uma dimensão mais científica quer com uma dimensão mais pedagógico / didática, mas sempre tendo em conta a sua aplicabilidade no currículo do ensino secundário. Continua ainda a promover a partilha de práticas. Nesse sentido, convidamos todos os colegas a partilharem práticas e recursos que serão publicados, em regime aberto, na página da Apf. Convidamos todos também a estarem presentes no ciclo temático “O trabalho filosófico: partilha de práticas” que se realizará semanalmente, em formato webinar, entre outubro e novembro de 2019.
Isabel Bernardo
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