
O trabalho filosófico 2025
Na edição de 2025 deste ciclo temático pretende-se que cada sessão se constitua como um espaço de partilha e discussão destinadas a potenciar o contributo da disciplina de Filosofia no desenvolvimento de capacidades que permitam aos alunos enfrentar os desafios que hoje se colocam na relação entre os media, a inteligência artificial e o espaço público.
PROGRAMA
Sessão 1 | 10 novembro 2025 | 21h00
Democracia, desinformação e consumo mediático, por Isabel Bernardo
Explosão cerebral ou explosão artificial?, por Jorge Rocha
Sessão 2 | 17 novembro 2025 | 21h00
Vieses, falácias e comunicação mediática, por Teresa Morais
Propostas para o uso da Inteligência Artificial no Ensino da Filosofia, por Rafael Coutinho
Sessão 3 | 24 novembro 2025 | 21h00
Cidadania digital, por Ana Antunes
Destinatários
Docentes, estudantes e interessados em geral.
Preçário
Associados com quotas em dia: 20€
Não Associados (docentes e não docentes): 25€
Estudantes dos Mestrados em Ensino de Filosofia (com comprovativo de matrícula): gratuito
Certificação acreditada
Formação a acreditar na modalidade de Formação de Curta Duração, junto do CFAE Beira Mar, para efeitos da carreira docente (apenas para docentes do sistema de ensino não superior português, em exercício de funções confirmável por uma escola pública ou privada), com a duração de 3h. A Apf fornecerá ao CFAE parceiro as informações necessárias para a emissão dos certificados de formação, que ficarão acessíveis aos docentes, no final do processo, na área reservada de cada formando em “Histórico”, na plataforma do referido CFAE. Para obter a acreditação, é necessária Conta de docente na plataforma do CFAE Beira Mar (AQUI).
Certificação de participação
Certificado de participação será emitido pela Apf para todos os participantes que não reúnam condições ou não pretendam certificação de curta duração.
Notas biográficas e resumos
Ana Antunes
Cidadania digital
Ana Antunes é licenciada em Filosofia (Ramo Educacional) pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Mestrado em Ensino da Filosofia no Ensino Secundário. Professora do quadro do Agrupamento de Escolas de Tondela Cândido de Figueiredo, onde exerce o cargo de Coordenadora da Estratégia de Educação para a Cidadania desde 2018 até à presente data. Formadora de Cidadania e Desenvolvimento, Cidadania Digital e Cidadania e Filosofia.
Isabel Bernardo
Democracia, desinformação e consumo mediático
Isabel Bernardo é licenciada em Filosofia pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e Doutorada em Multimédia em Educação, pela Universidade de Aveiro, com investigação em Didática da Filosofia com integração de pensamento crítico e tecnologias digitais. Tem uma pós-graduação em Gestão de Bibliotecas Escolares pela Universidade Aberta. Professora do ensino secundário e professora bibliotecária. É coautora de um manual escolar e autora de diversos artigos em didática da Filosofia. Tem dado formação de professores em didática da filosofia, educação e formação de adultos, bibliotecas escolares, competências digitais e autonomia e flexibilidade curricular. Dinamizadora do projeto “Literacias na escola: formar os parceiros da biblioteca” do qual faz parte “O aprendiz de investigador” (aprendizinvestigador.pt). Participa no OE4BW (Open Education for a Better World) da UNESCO desde 2024, primeiro como mentora e presentemente como membro de uma equipa que está a criar recursos para o ensino das STEM com Inteligência Artificial. Participou como criadora, e depois como mentora, no ASEF Classroom Network de 2023 e de 2024, subordinados à relação entre Inteligência Artificial e Educação.
Jorge Rocha
Explosão cerebral ou explosão artificial?
Num tempo em que a Inteligência Artificial (IA) invade a educação, importa perguntar: estamos a potenciar a explosão cerebral nos nossos alunos – fomentando o pensamento crítico, o questionamento e a criatividade – ou estamos a render-nos a uma explosão artificial, onde nos tornamos passivos, delegando na máquina aquilo que deveria ser labor humano?
Esta comunicação propõe uma reflexão filosófica sobre o lugar da IA no ensino da Filosofia.
Analisaremos os riscos de uma pedagogia algorítmica que ameaça substituir a dúvida pela resposta imediata, e a reflexão pelo atalho, conduzindo a uma utilização superficial ou alienante destas tecnologias. Mas não nos deteremos no lamento: vislumbraremos também possibilidades pedagógicas inovadoras e enriquecedoras, ousadas formas de integrar a IA como instrumento de diálogo, de provocação filosófica e de expansão da consciência crítica.
Apostamos, assim, numa educação com assistência de IA, que intensifica, ao invés de reduzir, o questionamento filosófico. Acreditamos que a IA representa uma oportunidade para libertar o pensamento e estar ao serviço de uma nova Aufklärung, em que os professores de Filosofia, sabendo usá-la, se tornam agentes de uma verdadeira explosão cerebral – mais do que nunca, artífices e parceiros na saída dos alunos da “menoridade intelectual” de que falava Kant.
Comprometidos com essa possibilidade, aliaremos a reflexão teórica à análise de casos práticos de uso da IA nas aulas de Filosofia. Entre a curiosidade e o espanto, entre o medo e a esperança, convido-vos a filosofar sobre o futuro da Filosofia: com a IA que já aí está, a nossa ação educativa que explosão fomentará?
Jorge Rocha é licenciado em Filosofia pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e Mestre em Filosofia da Natureza e do Ambiente pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Professor do ensino secundário, vê cada aula como um espaço de crescimento pessoal e de cidadania, onde se semeiam ideias e se cultivam ações. Com os alunos, procura construir pontes entre o currículo e a atualidade. Atualmente, leciona Filosofia, Psicologia e Sociologia no AE Professor Armando Lucena, na Malveira. É coautor de dois projetos pedagógicos para o ensino profissional, Ativ(a)mente e Psicologia e Sociologia, da Porto Editora, e formador de professores.
Rafael Coutinho
Propostas para o uso da Inteligência Artificial no Ensino da Filosofia
Esta apresentação tem como objetivo explorar o uso dos Large Language Models (LLMs) no ensino de Filosofia a partir de duas abordagens: (1) a utilização dos LLMs como ferramenta para a criação de recursos didáticos e (2) a promoção de uma postura crítica dos alunos diante dessas tecnologias.
A primeira abordagem será exemplificada por meio da atividade intitulada “Reescrever filosoficamente”, na qual os alunos devem transformar textos produzidos por LLMs — originalmente sem vocabulário filosófico — em textos que empreguem conceitos e terminologia próprios da Filosofia.
A segunda abordagem consistirá na utilização de prompts específicos com o intuito de transformar o LLM em um interlocutor de debate filosófico, promovendo o exercício argumentativo e o pensamento crítico dos estudantes.
Rafael António Veiga Coutinho é licenciado pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e mestre, pela mesma instituição, com uma tese intitulada Um Estudo sobre a dialética em Platão. Foi, ainda, co-autor de dois artigos, a saber, “Anti-epicurismo” e Anti-hierarquismo”, na obra Dicionário dos Antis. A cultura portuguesa em negativo, editada pela Imprensa Nacional Casa da Moeda. Durante alguns anos, trabalhou como programador de C++ nas empresas Altran Portugal e Critical Techworks. Após este percurso pelo mundo digital, voltou-se, de novo, para a filosofia, agora, através da área do ensino, tirando o Mestrado de Ensino em Filosofia no Ensino Secundário, pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto, com um relatório de estágio intitulado Desinformação e democracia: perspetivas filosóficas para o ensino secundário. Neste momento, é professor de Filosofia na Escola Secundária Daniel Sampaio, em Almada.
Teresa Morais
Vieses, falácias e comunicação mediática
Teresa Morais é licenciada em Filosofia pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e Mestre em Relações Interculturais pela Universidade Aberta.
Professora de Filosofia no Ensino Secundário desde 1986.
Formadora de professores desde 1997 nas áreas da Educação Intercultural, Aprendizagem Cooperativa, Avaliação Formativa e Pensamento Crítico. Membro do grupo WebPACT da UTAD e do Laboratório de Pensamento Crítico da Unidade de Aprendizagem e Desenvolvimento da UTAD. Tem publicações sobre aprendizagem cooperativa, pensamento crítico e estratégias de promoção das capacidades argumentativas.

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