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Ousa pensar! Inscrições abertas

OUSA PENSAR!

Apresentar aos jovens estudantes do ensino secundário outras formas de conhecerem o pensamento filosófico é uma das pretensões desta proposta da Apf.

Oradores convidados, especialistas em diversas áreas da Filosofia, interpelarão os alunos e deixar-se-ão interpelar para trazer à discussão diferentes perspetivas sobre o pensamento filosófico sobre o mundo.

 

Temas em proposta

Afinal estão verdes! Racionalidade, raposas e Catarinas, por Artur Galvão

As lições de Esopo ecoam ao longo da história. A sua fábula da raposa e das uvas mantém uma extraordinária atualidade. Normalmente é usada para expressar uma lição moral. Contudo, ela ajuda-nos de forma muito vívida a compreender a importância do fenómeno das preferências adaptáveis. Se na fábula a raposa finge não gostar de uvas, nós, ao contrário dela, podemos, mediante a teoria da racionalidade, desenvolver preferências adaptáveis cuja realizabilidade seja possível. Para tal, é preciso compreender os elementos básicos da racionalidade e do funcionamento filosófico. A filosofia não está necessária e exclusivamente preocupada com grandes teorias abstratas. As suas preocupações tendem a partir e a voltar das questões reais da vida quotidiana. Compreender este ponto ajudar-nos-á a evitar a dificuldade da Catarina.

 

A Fundamentação da moral: as perspetivas de Kant e Mill, por Desidério Murcho

O ponto de partida desta comunicação é o esclarecimento das questões a que as éticas de Kant e Mill pretendem responder: o que é o bem último? E qual é o critério da ação correta? Os aspetos centrais das respostas de Kant e Mill são apresentados e examinados. Inclui-se a apresentação de pormenores menos conhecidos das duas éticas, como a raiz religiosa da ética de Kant, e a importância moral das intenções, na ética de Mill.

 

Filosofia do corpo e análise da memória, por Luís Umbelino

O tema da “memória do corpo” é hoje estudado por várias disciplinas científicas. Poderia argumentar-se, pois, que conhecemos bem as respetivas condições e mecanismos. Mas, ainda assim, há uma questão decisiva que resiste: a que corresponde exatamente tal “memória” enquanto é vivida? E como pode ser pensada, desse ponto de vista, de um modo radical? O objetivo principal desta conferência é o de tentar responder a esta dupla questão a partir do âmbito de uma Filosofia do Corpo.

 

A experiência mental dos alienígenas ou o problema da consideração ética, por Manuel João Pires

Com base numa versão pessoal de uma experiência mental proposta por Mark Rowlands na obra Animal Rights: Moral Theory and Practice, iremos debater o problema da consideração ética e avaliar criticamente o modo como os humanos usam os não-humanos para a satisfação dos seus interesses e preferências.

A nossa intenção será problematizar qual será a propriedade eticamente relevante que faz com que um determinado ser, ou conjunto de seres, seja digno de consideração ética. Analisaremos até que ponto e de que modo as duas principais conceções sobre a consideração ética dos animais não humanos, a da igualdade na consideração dos interesses, de matriz consequencialista, e a dos direitos, de matriz deontológica implicam redefinir as fronteiras da consideração ética para além dos limites da humanidade.

 

Mundos possíveis: um argumento a favor de um compatibilismo hard, por Manuel João Pires

A partir da conceção de três mundos possíveis, procurar-se-á debater em qual deles, se é que em algum, seria possível termos livre-arbítrio, em qualquer sentido consistente e relevante do termo. Abordaremos de forma crítica uma série de tópicos relevantes para esclarecer o conceito de livre-arbítrio, como se o livre arbítrio pressupõe possibilidades alternativas ou se é possível formular uma conceção inteligível de livre-arbítrio que não tenha como condição necessária a existência de possibilidades alternativas. A partir de uma conceção de livre-arbítrio que substitui, como condição necessária, o princípio das possibilidades alternativas pelo princípio da autenticidade da vontade, submeteremos à análise crítica um argumento que procurará sustentar a tese de que o determinismo não é condição suficiente, mas é condição necessária do livre-arbítrio. Em suma, não somos livres apesar de determinismo poder ser o caso, mas, se somos livres, o determinismo tem que ser o caso.

 

Ceticismo e teorias da mente, por Sofia Miguens

Como posso ter a certeza de que existe um mundo fora da minha mente? Não poderei estar num Mundo-Matrix, pensando que estou aqui no meu quarto em frente ao écran de computador? Será que eu sou mesmo real? O que é a minha mente? Será ela uma espécie de bolha só com interior e sem exterior? Será que a minha mente está mesmo dentro da minha cabeça? Estas e outras interrogações serão abordadas a partir da tradição cética da filosofia e de alguma filosofia da mente atual.

 

«Está cientificamente provado que…» — Como? Por quem? Quando?, por Teresa Cristóvão

A conferência insere-se nos temas do 11. º ano — Ciência e construção — validade e verificabilidade das hipóteses. Pretende-se que os alunos aprendam a formular o problema da demarcação do conhecimento científico, fundamentando a sua pertinência filosófica, formular o problema da verificação das hipóteses científicas, fundamentando a sua pertinência filosófica e clarificar os conceitos nucleares, a tese e os argumentos da teoria de Popper em resposta ao problema da verificação das hipóteses científicas.

 

Clube de debate ou clube de combate? — Técnicas para vencer sem ter razão, por Teresa Cristóvão

A conferência insere-se nos temas seguintes do 10.º ano — O discurso argumentativo e principais tipos de argumentos e falácias informais Pretende-se que os alunos aprendam a utilizar conscientemente diferentes tipos de argumentos formais e não formais na análise crítica do pensamento filosófico e na expressão do seu próprio pensamento e aplicar o conhecimento de diferentes falácias formais e não formais na verificação da e

 

Cronograma

 

As sessões:

● decorrerão através da plataforma Zoom;

● terão a duração de 50 ou de 80 minutos por forma a ser compatível com a organização horária das escolas

● terão espaços de debate entre os palestrantes e os alunos, pelo que sugerimos que os professores preparem com estes esse momento de debate

● poderão abarcar várias escolas em simultâneo (até 10)

● apesar de o palestrante se encontrar à distância, estão pensadas para um grupo reunido presencialmente, que pode incluir o número de turmas que a escola considerar adequado (até 5)

● no caso da migração para o ensino não presencial, as sessões não poderão ultrapassar as 98 pessoas em simultâneo.

 

 

Em função do número de alunos previstos para a sessão em cada escola, assim se definirá o número de escolas a assistir em simultâneo (não mais de 10).

A Apf informará as escolas da efetivação da reserva (será tido em consideração a ordem de inscrição, a possibilidade de coordenação da duração da sessão e o número de alunos / turma designado por cada escola).

A Apf assegurará toda a logística inerente à articulação com os palestrantes e respetivos honorários, a abertura da sessão na Zoom e envio do link para acesso à sessão. A escola assegura a logística local, nomeadamente a ligação à Internet, a qualidade do som em sala e a forma de fazer chegar as questões aos palestrantes. Poder-se-á utilizar o chat da Zoom.

 

Inscrições: AQUI

 

Para conhecer um pouco os palestrantes

Artur Ilharco Galvão

Professor Assistente Convidado na Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Católica Portuguesa (Braga). Leciona as unidades curriculares de Epistemologia, Filosofia da Ciência, Filosofia da Linguagem, Lógica Informal e Argumentação e Investigação Orientada 1 e 2. Leciona/ou múltiplas unidades opcionais e seminários em áreas como Filosofia e o Amor, Filosofia no Cinema, Teorias da Racionalidade, Filosofia da Mente e Ciências Cognitivas. Tem feito pesquisa no âmbito do pragmatismo e do pensamento tomista, tendo-se especializado no pensamento filosófico de A. MacIntyre e R. Rorty. É membro do Centro de Estudos Filosóficos e Humanísticos. É secretário da Revista Portuguesa de Filosofia. Tem organizado e participado em congressos internacionais, realizado múltiplas conferências e organizado e orientado múltiplas ações de formação de professores e de profissionais do mundo empresarial. Tem colaborado com conferências e workshops em escolas secundárias de todo o país.

 

Desidério Murcho

Professor de Filosofia, desde 2007, na Universidade Federal de Ouro Preto, no Brasil. Diretor de a Crítica (criticanarede.com), participa com frequência em conferências e congressos internacionais. Co-autor dos manuais escolares 50 Lições de Filosofia e autor de diversos títulos, entre os quais O Lugar da Lógica na Filosofia (2003), Filosofia em Directo (2011), Lógica Elementar: Raciocínio, Linguagem e Realidade (2019) e Lógica | O essencial (2020). Tradutor e co-tradutor de vários livros de filosofia de filósofos como A. Platinga, B. Russel, N. Goodman, P. Singer, T.Nagel e W. Quine. Cronista, já publicou textos no jornal “Público” e na revista Os Meus Livros e artigos e recensões na Revista Filosófica de Coimbra e na Philosophica. Fundador da revista Crítica e do Centro para o Ensino da Filosofia da Sociedade Portuguesa de Filosofia.

 

Luís Umbelino

Professor Auxiliar da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e investigador da Unidade I&D – Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos (FLUC – Portugal) e do projeto de investigação “Fenomenología del cuerpo y análisis del dolor” (FFI2013-43240-P – Dirección General de Investigación Científica y Técnica del proyecto del Ministerio de Economía y Competitividad. Doutor em Filosofia (especialidade de Filosofia Moderna e Contemporânea) pela Universidade de Coimbra. Orientador e coorientador de teses de doutoramento e de dissertações de mestrado. Membro de várias associações profissionais e científicas e membro fundador da Rede Iberoamericana Descartes, em 2017. É Diretor da Revista Filosófica de Coimbra. Publica regularmente em Portugal e no estrangeiro sobre a tradição reflexiva francesa (sobretudo Maine de Biran), sobre o horizonte da fenomenologia francesa (sobretudo M. Merleau-Ponty) e sobre o contexto da Hermenêutica Filosófica (sobretudo P. Ricoeur).

 

Manuel João Pires

Professor de filosofia no ensino secundário. Membro da SEA – Sociedade de Ética Ambiental, integra os órgãos sociais da associação O Que é?. Licenciado em Filosofia pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, com conclusão da parte curricular do Doutoramento em Filosofia. Participou em colóquios nacionais e internacionais, tendo vários trabalhos publicados. Presidente da PROSOFOS – Associação para a Promoção da Filosofia, desde fevereiro de 2015, é responsável, entre outras atividades, pela organização das Olimpíadas Nacionais de Filosofia e pela participação de Portugal na International Philosophy Olympiad.

 

Sofia Miguens

Professora e investigadora na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, dirige o Instituto de Filosofia e o Gabinete de Filosofia Contemporânea. Foi investigadora visitante na Universidade de Nova Iorque e na Universidade de Sydney (Austrália) e professora visitante em Amiens (França). Tem lecionado cursos e feito conferências em Espanha, França, Alemanha, Áustria, Turquia, Suíça, Finlândia, Austrália, Polónia, China, entre outros países. Foi Presidente da Sociedade Portuguesa de Filosofia e Diretora do Departamento de Filosofia da FLUP. Publicou dezenas de artigos em várias línguas nas suas áreas de especialidade (mente e linguagem, filosofia moral e história da filosofia contemporânea). É autora de nove livros. Os mais recentes títulos, “Uma leitura da filosofia contemporânea: figuras e movimentos” e “The Logical Alien”, que também editou, foram publicados em 2019.

 

Teresa Cristóvão

Professora de Filosofia do quadro do Agrupamento de Escolas de Cascais. É licenciada em Filosofia pela Universidade de Lisboa. Coautora de manuais escolares da disciplina para o ensino secundário (Cogito e CriticaMente).

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