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Fundamentação epistemológica do conhecimento | Ciclo temático “O estado da arte”

Fundamentação epistemológica do conhecimento

A investigação teórica sobre problemas fundamentais da filosofia formulados há séculos continua a ser intensa, havendo atualmente inúmeras linhas de investigação em curso. Por sua vez, as alterações geoestratégicas e a transformação das ordens do pensar foram colocando outros problemas teóricos e práticos, resultantes de desafios atuais nos domínios da tecnociência, da política, da transformação das sociedades, entre outros.

A Epistemologia ou Filosofia do Conhecimento está repleta de conceitos muitas vezes mal compreendidos. Esta incompreensão resulta ou do desconhecimento dos elementos técnicos do mesmo ou de um mau uso que se foi institucionalizando, desviando e descaracterizando os conceitos empregues usualmente. As quatro sessões que se propõem, nesta Quarta Edição de “O Estado da Arte” visam analisar e refletir sobre alguns dos conceitos mais importantes, e simultaneamente, mal compreendidos, desvalorizados ou simplesmente ignorados.

As sessões decorrem online, através da plataforma de videoconferência Zoom.

Frequência aberta a estudantes, docentes e não docentes e interessados em geral, com comprovativo de presença através da emissão de certificados pela APF para participantes que não pretendam certificado acreditado.

Este evento está proposto para acreditação para efeitos da carreira docente, pelo CFAE Beira Mar, na modalidade de formação de curta duração. Esta certificação é aplicável apenas a docentes em exercício de funções no sistema de ensino português. A emissão e envio dos certificados será efetuada pelo CFAE Beira Mar, por correio eletrónico, para o endereço fornecido no ato de inscrição.

Sessão 1 | 09 de janeiro de 2023 | 21h00

Sobre o Valor do Conhecimento

Um dos problemas que tendem a ser secundarizados na reflexão epistemológica é o do valor do conhecimento. Usualmente assume-se o seu valor de modo óbvio, sem uma genuína compreensão dos problemas, desafios e concorrentes que se propõem realizar a função tradicionalmente atribuída ao conhecimento. Nesta primeira sessão, trabalhar-se-á o conceito e as teorias sobre o valor do conhecimento, bem como os ataques que têm sofrido, nomeadamente pelos quatro pilares que suportam a vaga teoria que designo por ‘tudologia’.

 

Sessão 2 | 16 de janeiro de 2023 | 21h00

Sobre a Crença e a Certeza

Na segunda sessão há um centrar no lado subjetivo do conhecimento. Habitualmente desvalorizado ou até remetido para a psicologia, a compreensão da natureza da crença, da possibilidade da sua (in)existência, e da sua necessidade para o conhecimento, justificam o voltar para ela o olhar reflexivo e crítico. Os problemas da origem e da estruturação doxástica serão igualmente tocados, bem como os diferentes graus de assentimento. Este último tópico permitirá explicitar o modo como a modernidade colocou a certeza enquanto meta do processo do conhecimento.

 

Sessão 3 | 23 de janeiro de 2023 | 21h00

Sobre a Justificação

A justificação constitui um dos tópicos mais importantes e pertinentes na atual reflexão epistemológica. Com o crescente protagonismo adquirido pelos movimentos para e pseudoepistémicos, os tradicionais processos e métodos de justificação de conhecimento encontram-se sob ataque. O perigo suscitado por abordagens conspiracionais não decorre tanto da falsidade das suas afirmações, quanto pelo modo como minam e relativizam o conhecimento. Analisar algumas das teorias tradicionais da justificação – fundacionalismo, coerentismo, fundarentismo – constituirá uma parte substancial da sessão.

 

Sessão 4 | 30 de janeiro de 2023 | 21h00

Sobre o Dogmatismo e o Ceticismo

O dogmatismo e o ceticismo têm, incorreta e injustamente, uma má reputação. Representam duas atitudes fundamentais e indispensáveis para o processo crítico do conhecimento. Naturalmente, quando adotados de modo acrítico, podem tornar-se ‘doenças’ perigosas, pois atacam o nosso sistema imunitário cognitivo. Contudo, não são antinómicas e quando empregues adequadamente são centrais para compreender o processo de conhecimento. Suscitar uma reflexão e, se possível, uma reabilitação destes conceitos, constitui o desiderato central desta sessão.

 

Artur Ilharco Galvão é docente na Faculdade de Filosofia e Ciência Sociais, da Universidade Católica Portuguesa – Braga. Integra a direção da Revista Portuguesa de Filosofia e, entre outras, leciona as unidades curriculares de Epistemologia, Filosofia da Ciência e Filosofia da Linguagem.

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