Ciclo temático de acesso gratuito. | Inscrição obrigatória.

Responsável: Fernanda Henriques  |  Colaboração: Maria do Céu Pires

Apoio logístico: Associação de Professores de Filosofia

24 de fevereiro de 2018 | Das 17H às 19H

PRIMEIRA SESSÃO: O papel da Filosofia no desenho das representações do feminino e das mulheres

3 de março de 2018 | Das 17H às 19H

SEGUNDA SESSÃO: Igualdade, Cidadania e Justiça: A modernidade como momento crítico da construção de uma cidadania excludente das mulheres

17 de março de 2018 | Das 17H às 19H

TERCEIRA SESSÃO: O contributo específico de algumas filósofas contemporâneas para o debate ético

24 de março de 2018 | Das 17H às 19H

QUARTA SESSÃO: Os temas de género e o Programa de Filosofia do Secundário

No momento presente da nossa vida coletiva, nacional e internacional, estamos a assistir a notícias que dão conta de que as ideias de igualdade entre os seres humanos estão longe de ser um adquirido consistente da consciência humana.

Seja na perspetiva do racismo, seja na do sexismo, há, por todo o lado, um conjunto de sinais que deixam transparecer um conflito cognitivo generalizado sobre o que é, afinal, um ser humano, seja qual for a dita “cor” da sua pele ou a forma sexuada em que se configure a sua existência.

Na verdade, algo de estranho se passa quando, no mesmo país que elege para presidente um “negro”, se assista às maiores e mais profundas manifestações de racismo e de supremacia “branca”. E o mesmo se pode dizer quando, já bem dentro do século XXI, assistimos a um acórdão de um Tribunal da Relação Português que considera poder dar como argumento legítimo o facto de haver alguns países onde as mulheres que cometem adultério podem ser mortas por apedrejamento.

E se as manifestações racistas são muito facilmente rejeitadas pelas comunidades na sua generalidade, causando um profundo repúdio, quando o que está em causa é uma conceção de desigualdade entre mulheres e homens não se assiste à mesma convergência de pontos de vista.

Que tem a filosofia a ver com tudo isto? 

É esta interrogação que guiará as 4 sessões do curso que agora se propõe, procurando mostrar como, ao longo dos séculos, a Filosofia, direta ou indiretamente, veiculou uma conceção de ser humano assimétrica que se foi sedimentando nas nossas consciências individuais e coletivas, sendo, desse modo, responsável pelas representações sociais que se foram constituindo sobre a natureza humana.

O percurso reflexivo proposto neste curso vai centrar-se no papel da Filosofia em relação à discriminação das mulheres e do feminino e procurará, ao mesmo tempo, desocultar discursos e narrativas filosóficas que tentaram contrariar o pensamento dominante e defender a ideia antropológica de igualdade.